Modernismo/ Literatura Contemporânea

A dama do lotação – 1978 - Nelson Rodrigues

Carlos (Nuno Leal Maia) e Solange (Sônia Braga) se amam desde jovens e, após um casto namoro, se casaram. Na noite de núpcias, Solange se recusa a fazer amor com ele. Primeiro ele implora, então em um acesso de raiva a estupra. Solange afirma que o adora, mas nos meses que se seguiram ao casamento ela não pode ser tocada por Carlos. Para provar a si mesma que não é frígida, começa uma rotina diária de seduzir homens em coletivos, homens que ela nunca viu nem verá novamente e nem mesmo sabe seus nomes. Além disto, ela tem relações com o melhor amigo de Carlos e até mesmo com seu sogro (Jorge Dória). Carlos entende que ela é infiel e, armado, confronta Solange. Enquanto isso, ela busca ajuda psiquiátrica, pois não sente nenhum remorso.

A estrela sobe – 1974 - Marques Rebelo
Apresentada pelo animador do programa de TV como um "patrimônio da música popular brasileira", Leniza Mayer é agora uma veterana a dar notas aos candidatos à carreira de cantor. E, ainda que uma diferença de muitos anos a separe da caloura a enfrentar o microfone, a câmara, o público e o júri, ela vê na moça de hoje a Leniza de ontem. O filme volta ao passado de Leniza: sua primeira apresentação como caloura, a rotina na pensão da mãe, a ligação amorosa e interessada de Mário Alves, em quem vê alguém capaz de ajudála a penetrar no meio radiofônico, a revolta contra a baixeza, dos bastidores do rádio, a relação amorosa com uma cantora veterana. Leniza faz bem os primeiros testes e avança na carreira pouco a pouco, embora contra a vontade materna. Passa a cantar na melhor estação de rádio do Rio de Janeiro, faz shows no Cassino da Urca e dança em filmes musicais. Vendo agora a caloura feliz com o primeiro triunfo, Leniza relembra o árduo caminho da glória.

A hora da estrela – 1985 - Clarice Lispector
Macabéa, uma imigrante nordestina semi-analfabeta, trabalha como datilógrafa numa pequena firma e vive numa pensão miserável. Conhece casualmente o também nordestino Olímpico, operário metalúrgico, e os dois começam um casto e desajeitado namoro. Mas Glória, esperta colega de trabalho de Macabéa, rouba-lhe o namorado, seguindo o conselho de uma cartomante. Macabéa faz uma consulta à mesma cartomante, Madame Carlota, e esta prevê seu encontro com um homem rico, bonito e carinhoso.


A hora e a vez de Augusto Matraga - 1965
Guimarães Rosa Augusto Matraga (Leonardo Villar) é um fazendeiro violento, que é traído pela esposa, emboscado por seus inimigos, acaba massacrado e é dado como morto. É salvo por um casal de negros e, desde então, volta-se para a religiosidade. Mas quando conhece Joãozinho Bem Bem (Jofre Soares), um jagunço famoso, este percebe nele o homem violento. Daí em diante Matraga vive o conflito entre o desejo e a vingança e sua penitência pelos erros cometidos.

A terceira margem do rio – 1994 - Guimarães Rosa
Um homem de meia-idade deixa sua familia e amigos para viver isolado em uma canoa no meio de um rio, na região central do Brasil, e jamais volta a pisar em terra firme. Seu único contato com as pessoas acontece através de seu filho Liojorge, que lhe deixa comida na margem do rio. Os anos se passam e a filha Rosário casa com um rapaz da região e vai morar na cidade. O filho também casa, mas decide permanecer com a mãe e continuar levando diariamente a comida para o pai invisível. Quando nasce Nhinhinha, a filha de Liojorge, e que tem poderes mágicos, o rapaz resolve levá-la até a beira do rio para apresentá-la ao pai.

Ana Terra – 1971 - Érico Veríssimo
Rio Grande do Sul, século XVIII. Em meio ao árduo trabalho na terra visando a prosperidade da fazenda e aos constantes ataques de bandoleiros que as milícias não conseguem controlar, uma moça amadurece nos percalços da vida. Fica grávida de um "bugre", que é morto pela família desonrada e depois consegue escapar, junto com o pequeno filho, de uma sangrenta chacina que vitima todos os seus parentes.

As meninas – 1996 - Lygia Fagundes Telles
As meninas é um filme brasileiro de 1995, do gênero drama, dirigido por Emiliano Ribeiro, com roteiro baseado na obra de Lygia Fagundes Telles. São Paulo, 1971 uma época de guerrilhas urbanas e repressão política. Lorena (Adriana Esteves), Lia (Drica Moraes) e Ana Clara (Cláudia Liz)são três jovens universitárias que moram num pensionato de freiras. A faculdade está em greve e as três meninas são as únicas que permanecem por ali em buscade seus destinos. Mas não importa que suas trajetórias não sejam coincidentes. Lorena é rica, mas vive atormentada por seus problemas existencias, Lia é forte,decidida e liberada sexualmente e acabou se envolvendo em atividades universitáriasconsideras "subversivas", Ana Clara é pobre e auto destrutiva, não tem a nobreza de Lorena nem a inteligência de Lia. Juntas,essas meninas viverão um turbilhão de emoções que marcou uma época de mudanças.

Concerto campestre – 2006 - Luiz Antonio de Assis Brasil
Major Eleutério Fontes que, como os demais, é um homem rico, tosco e cuja principal ocupação é a exploração das charqueadas, operadas por verdadeiros exércitos de escravos. A transcendência desta personagem acontece quando, num passeio por seus domínios, descobre dois índios guaranis executando uma obra sacra, música aprendida com os jesuítas nas reduções missioneiras. É então que este homem rude ouve música pela primeira vez e, a partir deste momento, sua vidas jamais será a mesma.

Documentário especial: Clarice Lispector – TV cultura – 2005 - Modernismo – Clarice Lispector
Uma homenagem à Clarice Lispector, uma das escritoras mais intensas e criativas da literatura brasileira. Este é o intuito do especial apresentado por Gastão Moreira e comentado por Nádia Gotlieb, autora da biografia Clarice - Uma Vida Que se Conta. Lado a lado, eles assistem à entrevista que Clarice Lispector concedeu ao jornalista Julio Lerner, em 1977, pouco antes de falecer. Na conversa, ela fala sobre suas origens, obra e processo de criação literária. O DVD traz, ainda, depoimentos de Olga Borelli, amiga que acompanhou a escritora até seus últimos dias de vida, e de Suzana Amaral, cineasta que adaptou para as telas do cinema A Hora da Estrela, última obra de Clarice Lispector. Além disso, há trechos da cantora Maria Bethânia declamando poemas da autora. Documentários Fernando Pessoa - Fernando Pessoa Documentário sobre um dos maiores poetas da Língua Portuguesa realizado pela TV portuguesa. Junto seleção de poemas e apresentação da sua vida e obra própria para sala de aula.

Dona Flor e seus dois maridos – 1976 - Jorge Amado
Durante o carnaval de 1943 na Bahia, Vadinho (José Wilker), um mulherengo e jogador inveterado, morre repentinamente e sua mulher, Dona Flor (Sônia Braga), fica inconsolável, pois apesar dele ter vários defeitos era um excelente amante. Mas após algum tempo ela se casa com Teodoro Madureira (Mauro Mendonça), um farmacêutico que é exatamente o oposto do primeiro marido. Ela passa a ter uma vida estável e tranqüila, mas tediosa e, de tanto "chamar" pelo primeiro marido, ele um dia aparece nu na sua cama. Então ela pede ajuda a uma amiga, dizendo que quase foi seduzida pelo finado esposo. Um pai de santo se prontifica a afastar o espírito de Vadinho, mas existe um problema: no fundo Flor quer que ele fique, pois há um forte desejo que precisa ser saciado.

Engraçadinha - 1981 - Nelson Rodrigues
Engraçadinha é uma menina sensual e desejada por todos, menos por seu primo Sílvio, noivo de sua prima Letícia. Dr. Arnaldo, seu pai, deseja vê-la casada com seu noivo Zózimo, mas ela só tem olhos para Sílvio. Um dia, na festa de noivado de seus primos, Engraçadinha, em meio a uma dança, pede a Sílvio que vá encontrá-la na biblioteca. Ela o espera nua; Sílvio cede à tentação e, a partir daí, sua vida se transforma num inferno. Engraçadinha mente para Letícia e diz que está grávida de Sílvio e estranha quando ela imediatamente propõe-se a ajudá-la. Dr. Arnaldo fica possesso e revela que Sílvio e Engraçadinha são irmãos (um caso entre ele e a cunhada) e exige o aborto. Letícia, cada vez mais doce com Engraçadinha, finalmente revela à prima seu amor por ela e Engraçadinha, enojada, a esbofeteia com violência. Sílvio, perdido entre as duas meninas, bate todas as noites à porta de Engraçadinha, enfeitiçado pela noite na biblioteca. Um dia, Letícia é que está na cama, e Sílvio, enganado pela luz do luar que invade o quarto, a possui pensando ser Engraçadinha, que, deitada no chão, perto da cama, a tudo assiste sem respirar. Sílvio, quando descobre tudo, entra numa espécie de transe mediúnico que tem desfecho numa noite em que ele se tranca com Engraçadinha na biblioteca e revive a primeira noite com ela. A diferença é que ele, agora, sabe que ela é sua irmã, e pela manhã, o sol que surge na janela reflete seus raios na lâmina de uma navalha com que Sílvio se mutila. Com a tragédia instalada, Dr. Arnaldo é um homem desfigurado e, verificando que Sílvio não mais vive, apesar de vivo, mata-se na mesma biblioteca. O enterro é num dia de chuva; o orador preocupa-se em frisar sobre a personalidade de Dr. Arnaldo: “Amantes nunca as teve”. Quando a chuva aumenta e dispersa o grupo, Engraçadinha ainda permanece sentada, chorando sob a chuva forte, sendo consolada pelo fiel Zózimo que nunca saiu de seus pés.

Eternamente Pagú – 1988 - Oswald de Andrade
Fins dos anos vinte, Pagú ainda não tem vinte anos e já encanta os meios intelectuais avançados de São Paulo, da mesma forma que escandaliza os conservadores. É apresentada aos membros da ala radical do movimento modernista, liderada por Oswald de Andrade, brilhando entre estrelas não menos cintilantes, como a pintora Tarsila do Amaral. Pagú e Oswald se aman. Têm um filho, militam no Partido Comunista, fundam um jornal. Pagú vai à Argentina, onde encontra Luiz Carlos Prestes. Participa de uma greve em Santos e é presa pela primeira vez. Em seguida, parte numa viagem pelo mundo, deixando Oswald e o garoto e sempre convivendo com artistas e militantes de esquerda.

Faca de dois gumes – 1989 - Fernando Sabino
Advogado de família ilustre, marido apaixonado, é traído por sua bela mulher, amante de seu sócio e melhor amigo. Planeja, então, um crime perfeito, articulando meticulosamente todas as peças de sua ação, mas sua atitude passional e fatores imprevisíveis, envolvendo corrupção e o sequestro de seu filho, acabam por levá-lo a se envolver numa série de acontecimentos, que transformam sua vida numa faca de dois gumes, tudo se encaminhando para um final dramático.

Feliz Ano Velho – 1982 - Marcelo Rubens Paiva
Baseado no livro (e na história real) do escritor Marcelo Rubens Paiva. A trama fala de Mário (Marcos Breda), um jovem estudante que dá adeus à sua adolescência ao mergulhar e bater a cabeça em uma pedra no fundo de um lago tornando-se tetraplégico. Preso à sua cadeira de rodas, o que parecia difícil fica pior e o rapaz, diante do que parecia o fim, começa a reviver e resgatar momentos importantes de seu passado, até descobrir uma nova força em sua vida.

Fernão Capelo Gaivota – 1973 - Richard Bach
Fernão Capelo Gaivota é uma ave quem não se contenta em voar apenas para comer. Ele tem prazer em voar e esforça-se em aprender tudo sobre vôo. Por ser diferente do bando, é expulso. Com excelente trilha sonora de Neil Diamond e magnífica fotografia, o filme é uma parábola. Faz uma analogia entre o homem e a gaivota, no sentido de mostrar as dificuldades de superação dos limites, do encontro com a liberdade verdadeira, pautada no amor e na compreensão do outro. "Você tem a liberdade de ser você mesmo, você de verdade, aqui e agora, e nada pode impedir o seu caminho".

Fogo Morto – 1975 - José Lins do Rego
Estado da Paraíba, 1910: Vários personagens compõem o panorama urbano da região: um seleiro na beira da estrada, Mestre José Amaro, expulso das terras onde vive pelo decadente e orgulhoso senhor de engenho, Coronel Lula de Holanda e as aventuras e desventuras de quixotesco cavaleiro andante nordestino, o capitão Vitorino Carneiro da Cunha, apelidado de Papa-rabo. A trama se desenvolve num ambiente carregado de violência, marcado pela guerra entre a volante policial e os cangaceiros liderados pelo legendário Antônio Silvino. Alguns flashbacks nos reconduzem aos anos de 1886 e 1888 na região dos engenhos no Estado da Paraíba.

Gabriela – 1983 - Jorge Amado
Bahia, 1925. Uma das maiores secas da história do Nordeste leva para Ilhéus Gabriela (Sônia Braga), uma bela retirante que com sua beleza e sensualidade conquista a todos, principalmente Nacib (Marcello Mastroianni), dono do bar mais popular da cidade, que emprega Gabriela para trabalhar em sua casa e com quem tem um caso. O relacionamento dos dois fica tão intenso que eles se casam, mas tudo parece desmoronar quando Gabriela lhe é infiel com o maior conquistador da cidade. Paralelamente, um "coronel" vai ser julgado por ter matado sua mulher com o amante. Os outros "coronéis" acham que ele tem de ser inocentado, pois houve um forte motivo para o crime, mas os tempos mudaram e determinados conceitos do passado estão sendo enterrados.
Grande sertão Veredas – 1956 - Guimarães Rosa
A história de um ''amor proibido'' e imensa profundidade psicológica entre seus dois personagens principais: Riobaldo sente-se atraído pelo companheiro Diadorim, sem saber que este é na verdade uma garota vestida de homem. Ela fez isso para poder se vingar daqueles que mataram seu pai. Grande sucesso na TV Globo, essa minissérie adapta o terceiro romance de Guimarães Rosa, ''Grande Sertão: Veredas''. Um clássico que traz uma narrativa épica que se desenrola por 600 páginas e mostra de maneira inovadora para sua época, e com uma impressionante técnica literária, o jeito rude do homem do sertão mineiro.

Incidentes em Antares – 1994 - Érico Veríssimo
Durante uma greve geral, sete mortos de uma fictícia cidade são impedidos de ser enterrados. Revoltados com o descaso dos coveiros e das autoridades locais, os defuntos rebelam-se e vão para o centro da cidade reivindicar seu funeral. Como nenhuma providência é tomada, os fantasmas da matriarca Quitéria Campolargo (Fernanda Montenegro), da prostituta Erotildes (Marília Pêra), do bêbado Pudim de Cachaça (Gianfrancesco Guarnieri), do advogado Cícero Branco (Paulo Betti), do jovem João da Paz (Diogo Vilela), do pianista Menandro Olinda (Rui Resende) e do anarquista Barcelona (Elias Gleiser) usam o coreto de Antares como palanque e, com discursos inflamados, apontam os podres de seus moradores. Baseada na obra de Érico Veríssimo. Incidente em Antares é uma assombrosa crítica a uma sociedade corrompida, que mistura humor à magia do realismo fantástico. Você vai se impressionar com esta história.


Jubiabá – 1987 - Jorge Amado
Baseado no livro homônimo de Jorge Amado, o filme Jubiabá conta a história de um amor impossível , o amor entre o negro Antonio Balduíno e a loura Lindinalva . Tudo começou quando ele, ainda criança, foi morar na casa do Comendador Ferreira, pai de Lindinalva. O pequeno órfão ganhou a proteção do chefe da casa e o ódio da empregada portuguesa, Amélia, que tudo fez para ver realizado o seu vaticínio. Expulso da casa dos ricos protetores. Balduíno torna-se um homem famoso entre os malandros e marinheiros da beira do cais, lutador imbatível e amante famoso. Torna-se o imperador das ruas da Bahia. Mas o gigante negro tinha o coração escravo de Lindinalva e a cabeça de Jubiabá, o pai-de-santo até o dia em que....

Kuarup – 1988 - Antônio Callado
Nando, um padre pernambucano em crise existencial, relembra os acontecimentos dos seus últimos dez anos (1954-1964), como envolvimento político pouco antes do golpe de 64, a sobrevivência na clandestinidade e a luta contra as tentações da carne que começam quando é designado a participar das missões do Xingu em plena Floresta Amazônica.


Lição de amor (Amar, verbo intransitivo) – 1975 - Mário de Andrade
Em São Paulo, na década de 20, uma governanta alemã (Lílian Lemmertz) é contratada por uma rica família. Sua tarefa não se limita a dar aulas aos filhos do casal mas também consiste em dar uma "boa" educação sexual ao filho mais velho, não permitindo que o jovem seja afetado pela permissividade do mundo que o cerca.

Macunaíma – 1969 - Mário de Andrade
Macunaíma é um herói preguiçoso, safado e sem nenhum caráter. Ele nasceu na selva e de negro (Grande Otelo) virou branco (Paulo José). Depois de adulto, deixa o sertão em companhia dos irmãos. Macunaíma vive várias aventuras na cidade, conhecendo e amando guerrilheiras e prostitutas, enfrentando vilões milionários, policiais, personagens de todos os tipos. Depois dessa longa e tumultuada aventura urbana, ele volta à selva. Um compêndio de mitos, lendas e da alma do brasileiro, a partir do clássico romance de Mário de Andrade.

Memórias do cárcere – 1984 - Graciliano Ramos
Com um tom seco e direto como na obra de Graciliano Ramos, MEMÓRIAS DO CÁRCERE, trata de forma densa e comovente da condição humana. Realizado em 1984 pelo já consagrado cineasta Nelson Pereira dos Santos - um dos fundadores do cinema novo - Memórias do Cárcere conta a experiência vivida pelo escritor Graciliano Ramos após ser preso em Alagoas, suspeito de colaborar com a Aliança Nacional Libertadora (ALN). Graciliano Ramos que em 1936 ocupava o cargo de diretor da Instrução Pública do Estado de Alagoas é conduzido ao Rio de Janeiro onde sofre humilhação na Prisão da Ilha Grande. Da sua vivência escreve, 15 anos depois, Memórias do Cárcere. O Cárcere em meu filme é uma metáfora da sociedade brasileira. No espaço exíguo da prisão a dinâmica de cada um é mais clara: a classe média militar, o jovem, a mulher, o negro, o nordestino, o sulista. O encontro com o prisioneiro comum, o ladrão, o assaltante, o homossexual. Graciliano retratou tudo isso, lutando contra os próprios preconceitos e conseguiu nos deixar um testemunho generoso, aberto. Gostaria de transmitir como era desejo de Graciliano, a sensação de liberdade. Sair da cadeia para sempre, para nunca mais voltar. A cadeia no sentido mais amplo, a cadeia das relações sociais e políticas que aprisionam o povo brasileiro.

Menino de engenho – 1965 - José Lins do Rego
1920, na Paraíba. Após a morte da mãe, o menino Carlinhos (Sávio Rolim) é enviado para o engenho Santa Rosa para ser criado pelo avô e pelos tios. Lá ele testemunha a chegada de um novo tempo, com o advento das modernas usinas de açúcar e as transformações econômicas e sociais pelas quais passa a produção canavieira, mudanças que irão afetar a vida de todos. Quando ele cresce e vai para o colégio, já não é mais o garoto ingênuo e inocente que chegou no engenho.

Meu pé de laranja Lima – 1970 - José Mauro de Vasconcelos
Baseado no best-seller de José Mauro de Vasconcelos. Drama infantil que emocionou muitas gerações. A história de Zezé, menino de seis anos de idade. Muito pobre, ele brinca num pé de laranja lima que se torna seu amigo e confidente.


Morte e vida Severina – 1981 - João Cabral de Melo Neto
Morte e Vida Severina foi um teleteatro musical produzido pela TV Globo em 1981, dirigido por Walter Avancini, com versos de João Cabral de Melo Neto (de seu auto homônimo) e música de Chico Buarque. Nesse "especial" da Rede Globo encena-se o poema dramático, do mesmo nome, de João Cabral de Melo Neto, diplomata pernambucano e um dos maiores escritores modernos brasileiros, de projeção internacional. Para as Áreas de Educação artística (cultura e tetro brasileiros nos anos 60); Estudos Sociais (História e Geografia do brasil: a questão da terra no nordeste e no brasil, Reforma Agrária, Regiões do Nordeste, seca, fenômenos migratórios); Comunicação e Expressão (teatro, diálogos em versos, auto de natal, poesia lírica e social musicada).

Noites do sertão – 1984 - Guimarães Rosa
Nos anos 50, ao ser abandonada pelo marido, Lalinha é convidada pelo sogro, um fazendeiro do sertão mineiro, a viver em sua Fazenda Buriti Bom. Ali, ela descobre um mundo novo, torna-se grande amiga das cunhadas, das quais recebe todo o apoio e, aos poucos, vai conhecendo as pessoas do lugar. Maria da Glória, a mais nova, apaixona-se por um veterinário, enquanto a jovem Lalinha vai, aos poucos, desencadeando uma série de acontecimentos e envolvimentos afetivos. Assim, com o tempo, ela tem a oportunidade de acompanhar as desditas da família: morte, insônia, paixões caladas, estórias da natureza e do homem, ciúmes, esperanças...

O auto da compadecida – 2000 - Ariano Suassuna
As aventuras de João Grilo (Matheus Natchergaele), um sertanejo pobre e mentiroso, e Chicó (Selton Mello), o mais covarde dos homens. Ambos lutam pelo pão de cada dia e atravessam por vários episódios enganando a todos da pequena cidade em que vivem.


O coronel e o lobisomem – 2005 - José Cândido de Carvalho
Ponciano de Azeredo Furtado (Diogo Vilela) é um coronel de patente e fazendeiro por herança, que luta contra seu irmão de criação Pernambuco Nogueira (Selton Mello) para manter as terras da Fazenda Sobradinho e conquistar o coração de sua prima Esmeraldina (Ana Paula Arósio). Para vencer esta batalha Ponciano precisa enfrentar feras, agiotas e ladrões, além de se envolver com a vida boêmia da cidade e ainda espantar assombrações.


O Grande mentecapto- 1989 - Fernando Sabino
Um quase imbecil ganha fama e se transforma em herói. Corre de cidade em cidade, entra para o exército, enlouquece. Ainda louco sai do hospício, esmaga flores pelo caminho, volta ao manicômio. Decide então promover uma rebelião ajuntando loucos, mendigos e prostitutas.


O homem nu – 1997 - Fernando Sabino
Sílvio Proença (Cláudio Marzo) é um pesquisador de 45 anos, que precisa embarcar a contragosto para São Paulo, a fim de divulgar seu novo livro sobre folclore brasileiro. No aeroporto, encontra um grupo de velhos companheiros de música e copo, com quem participa de uma reunião regada à música e cerveja. Com o embarque cancelado devido à uma forte tempestade, o grupo segue para o apartamento de Marialva (Isabel Fillardis), filha de um dos amigos de Proença, onde o grupo dá continuidade à reunião. Seduzido pela música e pelos encantos de Marialva, Proença passa a noite ali mesmo, onde desperta no dia seguinte, completamente nu, com Marialva ao seu lado. Ainda zonzo da ressaca, Proença se levanta e vai apanhar o pão deixado à porta do apartamento. É quando uma lufada de vento fecha a porta e deixa o pesquisador completamente nu do lado de fora. Com Marinalva no banho e sem ouvir seus apelos, tem início então uma louca fuga pela cidade, onde Proença será perseguido por jornalistas e curiosos para conseguir chegar em sua casa são e salvo.

O pagador de promessas – 1962 - Dias Gomes
Zé do Burro (Leonardo Villar) e sua mulher Rosa (Glória Menezes) vivem em uma pequena propriedade a 42 quilômetros de Salvador. Um dia, o burro de estimação de Zé é atingido por um raio e ele acaba indo a um terreiro de candomblé, onde faz uma promessa a Santa Bárbara para salvar o animal. Com o restabelecimento do bicho, Zé põe-se a cumprir a promessa e doa metade de seu sítio, para depois começar uma caminhada rumo a Salvador, carregando nas costas uma imensa cruz de madeira. Mas a via crucis de Zé ainda se torna mais angustiante ao ver sua mulher se engraçar com oc afetão Bonitão (Geraldo Del Rey) e ao encontrar a resistência ferrenha do padre Olavo (Dionísio Azevedo) a negar-lhe a entrada em sua igreja, pela razão de Zé haver feito sua promessa em um terreiro de macumba.

O pequeno príncipe – 1990 - Antoine de Saint Exupéry
O adorável e delicado clássico de inocência e descobertas, do autor Antoine de Saint-Exupéry, chegou às telas pisando firme nas areias do deserto do Sahara, com olhinhos voltados para as estrelas e espírito brilhante reavivado pelas canções de Alan Jay Lerner e Frederid Loewe (My Fair Lady, Camelot). Um piloto perdido no deserto (Richard Kiley) e um menino vindo de um lugar distante. Juntos, eles compartilham experiências que divertem, encantam e tocam o coração. Alguém já aprendeu algo com uma raposa (Gene Wilder)? Já cuidou de uma rosa por ser mais especial entre outras rosas? Já visitou um rei distante de tudo e de todos? Observou a maliciosa dança de uma serpente (Bob Fosse)? O universo, ou melhor, a vida é um lugar encantador, ainda mais quando se convive com O Pequeno Príncipe.

O santo e a porca – 2000 - Ariano Suassuna
O especial da Rede Globo foi baseado na peça teatral, do gênero comédia, escrita pelo escritor paraibano Ariano Suassuna em 1957, abordando o tema da avareza. O texto, segundo o próprio Suassuna, é "uma imitação nordestina" da peça Aululária, também conhecida como a Comédia da Panela, do escritor romano Plauto. Relata o casamento da filha de um avarento, sendo que o "santo" do título é Santo Antônio e a "porca" é um cofrinho, símbolo do acúmulo de dinheiro e tão protetor quanto o santo(Deus).

O sobrado – 1956 - Érico Veríssimo
Extraido da Obra ''O Tempo e o Vento'', de Erico Verissimo. Dois caudilhos, duas famílias em luta. Cercados em um sobrado, sem água e sem munições eles têm que resistir às provocações com decisão e coragem. O inimigo não passa da soleira do sobrado.


O velho e o mar – 1958 - Ernest Hemingway
A opção de Ernest Hemingway para a versão em filme do seu O Velho e o Mar não poderia ser mais adequada: a performance de Spencer Tracy lhe deu a sexta de um total de nove indicações ao Oscar® que ele teve ao longo de sua carreira e o filme conquistou os prêmios de Melhor Filme e Melhor Ator no National Board of Review de 1958. Sozinho em um pequeno barco, um velho pescador cubano captura um imenso marlin - e deve desafiar o mar, lutando contra tubarões e contra o clima para levar seu grande prêmio par casa. O Velho e o Mar é uma ode do cinema ao indomável espírito humano.

O vestido – 2004 - Carlos Drummond de Andrade
Por acaso duas meninas descobrem, no porão de sua casa, um velho e lindo vestido de festa. Curiosas, elas querem saber corno o vestido foi parar ali, principalmente após verem sua mãe chorando com o mesmo entre as mãos. Elas iniciam então uma investigação, que pode responder ainda outra pergunta: por que sempre à mesa, nas refeições, havia um prato reservado ao pai, que as havia abandonado há muitos anos?

Outras estórias – 1999 - Guimarães Rosa
No sertão atemporal de um vilarejo das Minas Gerais, as estórias roseanas são costuradas e se entrecruzam. São relatos de uma vingança engolida a seco pelos irmãos Dagobé, do temível jagunço que se acha ofendido por uma palavra que não entende, de um homem considerado louco por distribuir suas terras depois de casar as três filhas, de um jovem que se apaixona por uma humilde e enigmática servidora, do desespero de Sorôco ao colocar mãe e filha, duas insanas que permeiam a narrativa, em um trem para o hospício. ficção, 35 mm, cor, 100 min, Baseado nos contos “Famigerado”, “Os irmãos Dagobé”, “Nada e a nossa condição”, “Substância” e “Sorôco, sua mãe, sua filha”, do livro Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa.

Poeta de sete faces – 2002 - Carlos Drummond de Andrade
O documentário divide-se em três etapas, que correspondem às fases distintas da obra de Carlos Drummond de Andrade e caracterizam momentos de sua vida. A primeira fase, chamada "Vai Carlos, ser gauche na vida", registra do seu nascimento em Itabira em 1902 até o final da sua "Poesia Modernista" em Belo Horizonte, antes da mudança para o Rio de Janeiro em 1934. Sua poesia com a marca do modernismo de 1922 numa versão mineira e a publicação dos primeiros livros "Alguma Poesia" e "Brejo das Almas", quando nasce o Carlos Drummond de Andrade dos versos anedóticos, sintéticos-metafóricos, irônicos. A segunda fase, chamada "A vida apenas, sem mistificação", começa com a mudança de Drummond para o Rio de Janeiro e vai mostrar o "poeta do seu tempo", o momento de atuação política na vida do escritor, aliada à sua obra de crítica social. A terceira fase, chamada "Como ficou chato ser moderno, agora serei eterno", do início dos anos 50 aos anos 80, a fase do poeta-filósofo, do verso enigmático, do cronista de sucesso no Correio da Manhã e no Jornal do Brasil, da glória literária sendo Drummond considerado um mestre da língua, dos prêmios homenagens e troféus, dos filmes adaptados de sua obra, dos netos que nascem e a família se prolonga e do retorno aos temas do passado e da memória.

Sagarana- 1972 - Guimarães Rosa
A obra-prima de Guimarães Rosa deu origem ao clássico do cinema nacional, que finalmente pe lançado em DVD. Turíbio Todo (Joel Barcelos) volta da pescaria sem contra-aviso à sua esposa Mariana (Ítala Nandi) e a flagra namorando um caçador de cangaceiros (Milton Moraes). Turíbio arma-se de uma garrucha para se vingar, prepara tocaia, mas mata o homem errado. Para perseguil-lo pelo crime aparece justamente o amante da mulher. Em meio a caçada, os dois homens vão encontrando personagens do sertão mineiro. Todos ficam sabendo da guerra entre aqueles sujeitos e querem saber como vai terminar esse duelo.


- São Bernardo (com Othon Basthos) – 1971 - Graciliano Ramos
- São Bernardo (com José Wilker) – 1978 - Graciliano Ramos
No interior de Alagoas, o filho de camponeses Paulo Honório, é um mascate que perambula pelo sertão a negociar com redes, gado, imagens, rosários e miudezas. Cria uma obsessão, arrancar a fazenda São Bernardo das mãos de seu inepto dono, o endividado Luiz Padilha, transformando este em seu empregado.

Soledade (A bagaceira) – 1976 - José Américo de Almeida
Adaptação do consagrado livro A Bagaceira, de José Américo de Almeida, sobre o conflito de pai e filho pelo reinado num canavial do nordeste. O filho (Ney Sant´Anna) quer industrializar o engenho, o pai (Jofre Soares) resiste ao progresso. Mas a situação se conturba quando ambos se apaixonam pela provocante Soledade (Rejane Medeiros). Além de Ney Sant´Anna, Jofre Soares, o elenco conta com as presenças de Nelson Xavier, Mauricio do Valle, Roberto Bonfim, enfim, um grande elenco em mais um sucesso do cinema nacional.

Tati, a garota – 1973 - Aníbal Machado
Os problemas de uma mãe solteira (Dina Sfat) que sai da Penha e vai morar em Copacabana com Tati (Daniela Vasconcelos), sua filha de seis anos, que sempre quer saber quem é seu pai. Neste recomeço a falta de dinheiro deixa a mãe em sérias dificuldades, que a faz tomar medidas extremas.

Tenda dos milagres- 1977 - Jorge Amado
Sátira sobre a confusão que ocorre quando um americano vencedor do Prêmio Nobel chega na Bahia elogiando um esquecido escritor-cientista local, chamado Pedro Arcanjo. Quando a mídia finalmente descobre quem ele era e com quem ele se casou, fica horrorizada ao descobrir que Arcanjo tinha sido um homem que acreditava que a forma de melhorar o destino da humanidade era pessoas de várias raças diferentes se casarem e terem filhos, sendo que cada um de um casamento entre raças diversas. Então, Arcanjo começa seguir ao pé da letra suas crenças. No fim, o tal americano é visto aplicando as teorias do Pedro Arcanjo, tendo um caso com uma mulher mestiça local. O pouco discutido racismo dos brasileiros é mostrado claramente neste filme.

Um certo capitão Rodrigo – 1971- Érico Veríssimo
Um cavaleiro, meio soldado, meio gaudério, cabelo doirado ao sol, violão às costas, entra na pacata cidade de Santa Fé. Ninguém poderia imaginar que aquele homem estava entrando também em suas vidas. Cantando e bebendo foi conquistando os corações das mulheres e a admiração dos homens. Um contador de estórias, de aventuras, de guerras ou de mentiras?



Vidas secas – 1963 - Graciliano Ramos

Família de retirantes, Fabiano, Sinha Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e a cachorra Baleia, que, pressionados pela seca, atravessam o sertão em busca de meios de sobrevivência.



Vinicius
A montagem de um pocket show em homanagem a Vinicius de Moraes é ponto de partida para reconstituição de sua trajetória. O documentário mostra a vida, a obra, a família, os amigos, os amores de Vinicius, autor de centenas de poesias e lettras de músicas. A essência criativa do artista e filósofo do cotidiano e as transformações do Rio de Janeiro através de raras imagens de arquivo, entrevistas e interpretações de muitos de seus clássicos.


5x Érico – 2005 - Érico Veríssimo
"5X Érico" apresenta um documentário sobre obra e vida de Érico Veríssimo, com entrevistas de familiares, amigos, escritores e teóricos de literatura, e mais quatro livres adaptações de sua obra: "Olhai os Lírios do Campo", "Caminhos Cruzados", "O Resto é Silêncio" e "Noite". Vale a pena conferir!